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terça-feira, 28 de março de 2023

Hans Staden: A Verdadeira História dos Selvagens Nus e Ferozes Devoradores de Homens - Autor Hans Staden - Editora Dantes - 190 páginas




"Hans Staden: A Verdadeira História dos Selvagens Nus e Ferozes Devoradores de Homens" é um relato autobiográfico escrito por Hans Staden, um aventureiro alemão do século XVI que viajou ao Brasil em duas ocasiões.

Esse livro é uma baita aula de historia sobre o inicio de nossa colonização e dos povos que aqui já viviam a séculos antes de qualquer cidadão do tal novo mundo pisotear por aqui, e bem lá no comecinho entre 1548 e 1550 haviam não apenas os saqueadores portugueses mais em tamanha proporção também franceses, holandeses e também alemães, mas todos já sabemos por quem no final das contas fomos colonizados ,o que ficará para discussão em outras resenhas de livros sobre a nossa colonização.

Hans Staden esteve no Brasil duas vezes, a primeira viagem ocorreu em 1548 como integrante de uma expedição da Companhia de Flandres. Ele desembarcou no litoral do que hoje é o estado do Espírito Santo e seguiu para São Vicente, em São Paulo, onde passou algum tempo antes de continuar sua jornada.

A segunda viagem de Staden ao Brasil ocorreu em 1550, quando ele foi contratado como artilheiro para uma expedição portuguesa. Nessa viagem, ele naufragou na costa de São Paulo e foi capturado pelos índios tupinambás, com quem viveu por nove meses.

Durante suas duas viagens ao Brasil, Staden visitou várias outras cidades e regiões,incluindo o Rio de Janeiro, a Ilha Grande, a Ilha de São Sebastião, Bertioga e a região do Rio Paraíba do Sul.


O livro relata suas experiências em terras brasileiras, incluindo seu naufrágio na costa de São Paulo, sua captura pelos índios tupinambás e sua convivência com eles por nove meses.  

Staden descreve em detalhes a cultura e o modo de vida dos índios, incluindo suas práticas religiosas, costumes e rituais. Ele também descreve a prática dos tupinambás de canibalismo, em que os índios devoravam seus inimigos como uma forma de vingança e de obter poder.

Durante sua estadia com os tupinambás, Staden viveu momentos de tensão e medo, temendo por sua própria vida. No entanto, ele conseguiu ganhar a confiança dos índios e se tornou um dos poucos europeus a sobreviver a uma experiência como essa.

Hans Staden descreveu vários aspectos da cultura e dos costumes dos índios tupinambás em seu relato.

Alguns dos principais costumes relatados por Staden incluem:

Canibalismo: Staden descreveu que os tupinambás praticavam o canibalismo como uma forma de vingança contra seus inimigos e de obter poder. Os índios acreditavam que, ao devorar a carne de um inimigo, adquiriam suas qualidades e poderes. Staden testemunhou várias ocasiões em que os tupinambás comeram a carne de seus inimigos.


Pintura baseado no relato de Hans Standen

Pintura baseado no relato de Hans Standen



Tatuagem: Staden observou que os tupinambás tinham o hábito de se tatuar. Eles usavam agulhas feitas de espinhos de peixe e tinta preta para desenhar padrões geométricos em seus corpos.

Pintura baseado no relato de Hans Standen

Religião: Os tupinambás acreditavam em vários deuses e espíritos. Eles faziam oferendas e rituais para agradar essas divindades, que eram responsáveis por controlar a natureza e proteger a tribo.

Pintura baseado no relato de Hans Standen


Alimentação: Os tupinambás eram principalmente caçadores e coletores. Eles caçavam animais como antas, veados e macacos, além de pescar e coletar frutas e raízes na floresta.

Pintura baseado no relato de Hans Standen


Sexualidade: Staden descreveu que os tupinambás tinham uma atitude bastante liberal em relação à sexualidade. As mulheres eram livres para escolher seus parceiros e podiam ter relações sexuais com vários homens. 

Guerra: Os tupinambás eram um povo guerreiro e lutavam contra outras tribos para capturar prisioneiros. Esses prisioneiros eram levados para as aldeias tupinambás, onde eram sacrificados e, muitas vezes, comidos. A guerra era uma forma importante de obter prestígio e poder dentro da tribo.

Pintura baseado no relato de Hans Standen

O livro é considerado um importante registro histórico do século XVI, fornecendo informações sobre a cultura e as práticas dos índios tupinambás, além de ser um dos primeiros relatos europeus sobre o Brasil. No entanto, a obra também é criticada por sua descrição etnocêntrica e exótica dos índios e por sua glorificação da superioridade cultural europeia sobre as culturas nativas.

CURIOSIDADES:

Hans Staden (c. 1525 - c. 1576) foi um aventureiro, mercenário e escritor alemão do século XVI. Ele é conhecido principalmente por seu relato autobiográfico intitulado "Wahrhaftige Historia und Beschreibung eyner Landtschafft der Wilden Nacketen, Grimmigen Menschfresser Leuthen, in der Newenwelt America gelegen" ("A verdadeira história e descrição de uma terra habitada por selvagens nus, ferozes devoradores de homens), localizada no Novo Mundo da América"), publicado pela primeira vez em 1557.

Staden nasceu em Homberg, na região de Hessen, na Alemanha, e trabalhou inicialmente como açougueiro e mercador. Em 1548, ele viajou para o Brasil como membro de uma expedição da Companhia de Flandres. Em 1550, ele retornou ao Brasil como artilheiro em uma expedição portuguesa. Durante essa segunda viagem, ele naufragou na costa de São Paulo e foi capturado pelos índios tupinambás, com quem viveu por nove meses antes de escapar e retornar para a Europa.

O relato de Staden sobre sua experiência entre os tupinambás é um dos primeiros registros escritos sobre a cultura e a sociedade dos índios brasileiros. No entanto, seu relato também é criticado por seu sensacionalismo e pela maneira como retrata os índios como selvagens e bárbaros. Além de sua obra sobre o Brasil, Staden escreveu outros relatos de suas viagens e aventuras, incluindo um relato de uma expedição à África em 1568.

SABIAM QUE AINDA HOJE OS INDIOS TUPINAMBÁ AINDA RESISTEME E EXISTEM?

Os Tupinambá de Olivença vivem na região de Mata Atlântica, no sul da Bahia. Sua área situa-se a 10 quilômetros ao norte da cidade de Ilhéus e se estende da costa marítima da vila de Olivença até a Serra das Trempes e a Serra do Padeiro.

A vila hoje conhecida como Olivença é o local onde, em 1680, foi fundado por missionários jesuítas um aldeamento indígena. Desde então, os Tupinambá residem no território que circunda a vila, nas proximidades do curso de vários rios, entre os quais se destacam os rios Acuípe, Pixixica, Santaninha e Una. Tupinambá de Olivença - Povos Indígenas no Brasil (socioambiental.org)



Os indígenas Tupinambá tambem habitam a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns, em Santarém, no oeste do Pará Indígenas Tupinambá do Baixo Tapajós acumulam incertezas na pandemia - Amazônia Real (amazoniareal.com.br)

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