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segunda-feira, 27 de maio de 2024

Pequeno Manual ANTIRACISTA- Autora Djamila Ribeiro - Editora Companhia das Letras - 136 páginas




Primeiramente um recado direto, se você é racista, simpatizante de neonazista ,acha  isso vitimismo ,acredita na meritocracia como forma de tentar se justificar que todos tem a mesma oportunidade negros e brancos você se sentira incomodado....então esse post NÃO É PARA VOCE, ou talvez seja para abrir os olhos e aprender um pouco com autora Djamila Ribeiro.



Nesse livro, a autora Djamila Ribeiro afirma que não basta ser anti-racista mas entender e aceitar que existe um racismo estrutural sim no Brasil. em um país que enche a boca para se promover como miscigenado, mas  não consegue resolver de fato  a perversa estrutura do racismo. 

Qual o meu e o seu papel nesse processo?
Sou filho por parte de pai negro de família negra, meu pai que casou com minha mãe branca de família branca.
Na miscigenação brasileira, meus avós (vó Joana e vô Joaquim) por parte de pai, uma indígena das serras de Tapirai São Paulo e outro negro deram luz a parte de minha família, uma família grande por sinal, meus pais e tios e tias negros de cabelos lisos e/ou crespos  fruto da miscigenação negro/índio.

Meus tios negros, contavam quando eram crianças em Tapirai na década de 60, seus pais  ainda viviam na semiescravidão no qual trabalhavam para comer morar e servir aos senhores donos das terras de Tapirai, muitos donos estrangeiros de terra ''ganhada'' do governo brasileiro pós segunda guerra mundial utilizavam as terras para moradias e cultivo e prosperaram, mas os negros oriundos da escravidão nada ganharam  do governo, obrigando-os a viverem as margens como semiescravos e pobres sem bens e sem terras como meus avos.
Essa pequena história de parte da minha família aconteceu recentemente, nos anos 60 e infelizmente e revoltosamente ainda ocorre nos dias de hoje. Até quando, até onde isso perdurará?

Porque nas aulas de geografia ,historia e outras os negros eram tratados na historia com escravos e ex-escravos? Pois bem eles não eram , eles foram escravizados, e porque nas escolas não eram contatas as historias de suas vidas anteriores antes da aberração que foi a escravidão?

Porque se tem princesa Isabel como redentora(contada do ponto de vista dos vencedores brancos) e não são incisivos nas escolas que o Quilombo dos Palmares na Serra da Barriga em Alagoas perdurou com muita luta contra a escravidão por mais de um século? 

Ou porque não se dão o devido valor e exposição na educação brasileira sobre outros levantes como forma de resistência a escravidão como a Revolta da Chibata ou a Revolta dos Malês?


Quilombo dos Palmares na Serra da Barriga em Alagoas


Ou então das Leis de terras de 1850 no ano em que o tráfico negreiro passou a ser proibido, porem efetivo apenas em 1888,a tal Lei de terras dava ao estado o diretivo de distribui-las, e os negros ex-escravizados tinham enormes restrições mas o estado facilitou acesso a antigos latifundiários brancos escravocratas e também a imigrantes europeus com as criações de colônias.

Lembram que contei dos meus avos em Tapirái na década de 60?

Por que meus avós ou bisavós negros nada receberam nenhuma facilidade para ter um pedaço de terra que eram de seus direitos? Eles e milhares de negros não receberam facilidades nenhuma de ter um pedaço de terra para viver e trabalhar pelo simples fato de serem negros. Percebem o impacto desse feito ocorrido  atualmente nos negros do Brasil?


Segundo Kabengele Munanga importante pensador negro e professor na Universidade de São Paulo:

'' sem duvidas, todos os racismos são abomináveis e cada um faz as suas vitimas do seu modo. O brasileiro ele tem as suas peculiaridades, entre as quais o silencio, o não dito, que confunde todos os brasileiros e brasileiras vitimas e não vitimas do racismo''

Kabengele Munanga


A autora Djamila Ribeiro diz que quando muitos brasileiros gritam  '' NÃO SOMOS RACISTAS!RACISTAS SÃO OS OUTROS ela considera uma voz inerte causada pelo misto da democracia racial e ela esta certa assim como o professor Kabengele Munanga, devemos tomar nossa posição com atos antiracistas e não apenas dizer.

Autora Djamila Ribeiro


No livro Pequeno Manual Antiracista a autora nos abre os olhos, o melhor lhe arranca as pálpebras para que se possa ver com nitidez o racismo e combate-lo esse mal  perdurante em nosso país.

Comece de alguma forma a ter atos Antiracistas,não fique apenas estagnado na oratória e sim em nossas ações.
  • Informe-se sobre o racismo;
  • Enxergue a negritude;
  • Perceba o racismo internalizado em você;
  • Apoie politicas educacionais afirmativas;
  • Transforme seu ambiente de trabalho;
  • Leia autores negros;
  • Questione a cultura que você consome;
  • Conheça seus desejos e afetos;
  • Combata a violência racial;
  • Sejamos todos antirracistas.