A segunda viagem de Staden ao Brasil ocorreu em 1550, quando ele foi contratado como artilheiro para uma expedição portuguesa. Nessa viagem, ele naufragou na costa de São Paulo e foi capturado pelos índios tupinambás, com quem viveu por nove meses.
Durante suas duas viagens ao Brasil, Staden visitou várias outras cidades e regiões,incluindo o Rio de Janeiro, a Ilha Grande, a Ilha de São Sebastião, Bertioga e a região do Rio Paraíba do Sul.
Durante sua estadia com os tupinambás, Staden viveu momentos de tensão e medo, temendo por sua própria vida. No entanto, ele conseguiu ganhar a confiança dos índios e se tornou um dos poucos europeus a sobreviver a uma experiência como essa.
Hans Staden descreveu vários aspectos da cultura e dos costumes dos índios tupinambás em seu relato.
Alguns dos principais costumes relatados por
Staden incluem:
Canibalismo: Staden descreveu que os tupinambás praticavam o canibalismo como uma forma de vingança contra seus inimigos e de obter poder. Os índios acreditavam que, ao devorar a carne de um inimigo, adquiriam suas qualidades e poderes. Staden testemunhou várias ocasiões em que os tupinambás comeram a carne de seus inimigos.
Pintura baseado no relato de Hans Standen |
Pintura baseado no relato de Hans Standen |
Tatuagem: Staden observou que os tupinambás tinham o hábito de se tatuar. Eles usavam agulhas feitas de espinhos de peixe e tinta preta para desenhar padrões geométricos em seus corpos.
Pintura baseado no relato de Hans Standen |
Religião: Os tupinambás acreditavam em vários deuses e espíritos. Eles faziam oferendas e rituais para agradar essas divindades, que eram responsáveis por controlar a natureza e proteger a tribo.
Pintura baseado no relato de Hans Standen |
Alimentação: Os tupinambás eram principalmente caçadores e coletores. Eles caçavam animais como antas, veados e macacos, além de pescar e coletar frutas e raízes na floresta.
Pintura baseado no relato de Hans Standen |
Sexualidade: Staden descreveu que os tupinambás tinham uma atitude bastante liberal em relação à sexualidade. As mulheres eram livres para escolher seus parceiros e podiam ter relações sexuais com vários homens.
Guerra: Os tupinambás eram um povo guerreiro e lutavam contra outras tribos para capturar prisioneiros. Esses prisioneiros eram levados para as aldeias tupinambás, onde eram sacrificados e, muitas vezes, comidos. A guerra era uma forma importante de obter prestígio e poder dentro da tribo.
Pintura baseado no relato de Hans Standen |
O livro é considerado um importante registro histórico do século XVI, fornecendo informações sobre a cultura e as práticas dos índios tupinambás, além de ser um dos primeiros relatos europeus sobre o Brasil. No entanto, a obra também é criticada por sua descrição etnocêntrica e exótica dos índios e por sua glorificação da superioridade cultural europeia sobre as culturas nativas.
Hans Staden (c. 1525 - c. 1576) foi um aventureiro, mercenário e escritor alemão do século XVI. Ele é conhecido principalmente por seu relato autobiográfico intitulado "Wahrhaftige Historia und Beschreibung eyner Landtschafft der Wilden Nacketen, Grimmigen Menschfresser Leuthen, in der Newenwelt America gelegen" ("A verdadeira história e descrição de uma terra habitada por selvagens nus, ferozes devoradores de homens), localizada no Novo Mundo da América"), publicado pela primeira vez em 1557.
Staden nasceu em
Homberg, na região de Hessen, na Alemanha, e trabalhou inicialmente como
açougueiro e mercador. Em 1548, ele viajou para o Brasil como membro de uma
expedição da Companhia de Flandres. Em 1550, ele retornou ao Brasil como
artilheiro em uma expedição portuguesa. Durante essa segunda viagem, ele
naufragou na costa de São Paulo e foi capturado pelos índios tupinambás, com
quem viveu por nove meses antes de escapar e retornar para a Europa.
O relato de Staden sobre sua experiência entre os tupinambás é um dos primeiros registros escritos sobre a cultura e a sociedade dos índios brasileiros. No entanto, seu relato também é criticado por seu sensacionalismo e pela maneira como retrata os índios como selvagens e bárbaros. Além de sua obra sobre o Brasil, Staden escreveu outros relatos de suas viagens e aventuras, incluindo um relato de uma expedição à África em 1568.
Os Tupinambá de
Olivença vivem na região de Mata Atlântica, no sul da Bahia. Sua área situa-se
a 10 quilômetros ao norte da cidade de Ilhéus e se estende da costa marítima da
vila de Olivença até a Serra das Trempes e a Serra do Padeiro.
A vila hoje
conhecida como Olivença é o local onde, em 1680, foi fundado por missionários
jesuítas um aldeamento indígena. Desde então, os Tupinambá residem no
território que circunda a vila, nas proximidades do curso de vários rios, entre
os quais se destacam os rios Acuípe, Pixixica, Santaninha e Una.
Os indígenas Tupinambá tambem habitam a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns, em Santarém, no oeste do Pará Indígenas Tupinambá do Baixo Tapajós acumulam incertezas na pandemia - Amazônia Real (amazoniareal.com.br)