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quinta-feira, 23 de março de 2023

Os Maias-Autor Eça de Queiroz-Editora LPM-576 páginas

 


Descobri um dos melhores livros que li em minha vida no  ano de 2002, e ele oscila  entre os meus 5 livros favoritos da minha vida, estou me referindo ao livro português ''Os Maias'' do autor Eça de Queiroz, e resolvi dessa vez fazer o caminho contrario do que costume, assisti primeiro a espetacular minissérie de 2001,talvez a melhor e mais caprichada obra já filmada e produzida pela Rede Globo de televisão e apenas depois li o a obra de Eça de Queiroz. 

A historia trágica da família de Lisboa no fim do século XIX ,as atuações memoráveis, as caracterizações de época e a historia me impactou de tal forma que passado alguns meses atordoado ainda com que havia assistido comprei o livro.
E meus amigos leitores? Que livraço! Como mencionei um dos meus 5 melhores e preferidos livros que já li na vida,

Shake hands e vamos a resenha dessa obra prima da literetura portuguesa.

"Os Maias" é uma das obras-primas da literatura portuguesa, escrita por Eça de Queirós. A história se passa em Lisboa na segunda metade do século XIX e é centrada na família Maia, uma das mais ilustres e influentes da sociedade portuguesa.

A trama gira em torno do amor proibido entre Carlos da Maia, um médico idealista e romântico, e Maria Eduarda, uma bela cortesã parisiense. Carlos e Maria Eduarda são atraídos um pelo outro, uma paixão tão avassaladora que chega quase a perda d sentidos  quando Carlos e Maria Eduarda se encontram tamanha intensidade de sua paixões.

Maria Eduarda, de tão bela quanto Helena de troia, guarda em seu intimo um segredo no qual ate o pai de Carlos da Maia, o aristocrata Afonso da Maia,pode esta envolvido.

E por valores conservadores da sociedade da época Afonso proíbe seu filho com um futuro brilhante pela frente, de qualquer envolvimento com Maria Eduarda mas sem dizer o real motivo ao seu filho, angustiando ainda mais o jovem Carlos. 

Ao longo da narrativa, os leitores são apresentados a uma série de personagens fascinantes, como João da Ega, amigo de Carlos que é um crítico mordaz da sociedade portuguesa, Foi lendo ''Os Maias'' em 2001 que ouvi pela primeira vez o termo ''Balzaquina'' graças ao personagem João da Ega

O personagem João da Ega cita o escritor francês Honoré de Balzac em vários momentos ao longo do livro "Os Maias". Balzac é frequentemente citado como uma referência literária por Ega, que é um crítico literário e escritor em ascensão na sociedade portuguesa da época.

Honoré de Balzac

Uma das referências mais importantes ocorre quando Ega compara a sociedade portuguesa do século XIX com a sociedade francesa retratada por Balzac em sua obra "A Comédia Humana". Ega argumenta que, assim como a sociedade francesa descrita por Balzac, a sociedade portuguesa é marcada por hipocrisia, corrupção e falta de valores éticos.

Além disso, Ega faz referência a diversos personagens e obras de Balzac ao longo do livro, em conversas com outros personagens e em suas reflexões sobre a literatura. Ele se inspira na visão crítica e realista de Balzac para desenvolver suas próprias ideias sobre a sociedade e a arte literária.

João da Ega também é um amante apaixonado por mulheres ''Balzaquinas'' no livro as cita nominalmente com com grande fervor ao se referi-las. Eça de Queiroz retrata como um grupo de mulheres que poderiam ser consideradas "Balzaquianas". Esse termo se refere a mulheres que estão na faixa etária de 30 a 40 anos, época em que muitas mulheres começavam a questionar sua posição na sociedade e a buscar sua independência.

No romance, há duas personagens que se enquadram nessa categoria: Maria Monforte e Maria Eduarda. Maria Monforte é a mãe de Carlos da Maia, o protagonista masculino do livro. Ela é retratada como uma mulher misteriosa e sedutora que teve um passado escandaloso. Maria Monforte representa a mulher que desafia as convenções sociais e vive a vida de acordo com suas próprias regras.

Maria Eduarda é a personagem feminina principal do livro, e é descrita como uma cortesã parisiense de grande beleza e inteligência. Ela é uma mulher independente que segue seu próprio caminho na vida e não se curva aos padrões sociais. Sua relação com Carlos da Maia é marcada por paixão e intensidade, mas é vista com desaprovação pela sociedade conservadora em que vivem.

Tanto Maria Monforte quanto Maria Eduarda representam mulheres que desafiam as normas da sociedade patriarcal e buscam sua independência e liberdade. Eça de Queirós as retrata como personagens complexas e interessantes, com suas próprias motivações e desejos, em um retrato crítico e realista da sociedade portuguesa do século XIX

Em resumo, Balzac é uma influência literária importante para João da Ega e em toda a narrativa  do "Os Maias", sendo utilizado como uma referência para sua visão crítica da sociedade portuguesa e da literatura.

Além disso, a obra apresenta uma análise crítica da sociedade portuguesa do século XIX, destacando suas contradições, hipocrisias e decadência moral.

Em resumo, "Os Maias" é um romance complexo e envolvente que oferece uma reflexão profunda sobre a sociedade e a condição humana. A história de amor proibido entre Carlos e Maria Eduarda é apenas uma das muitas facetas dessa obra-prima da literatura.

Fica aqui uma dica, a escrita de Eça de Queiroz se trata de algo muito rebuscado, com linguajares cultos e descrições detalhadíssimas e belíssimas e de ritmo lento, então pode ocorrer de desagradar alguns leitores desavisados em querer um ritmo mais ágil durante a leitura, mas como tido anteriormente esse foi e um dos melhores livros que eu já li. Se você é um leitor iniciante ou acostumado com outros gêneros literários, recomendo assistir a minissérie antes se for de sua vontade.

E o segredo que a bela Maria Eduarda guarda? Esse, fica para o grand finale que é um soco no estômago e que será repetido por duas vezes ainda antes de acabar a historia. Para quem já leu ou assistiu a minissérie, sabe do que que se trata, para quem ainda não leu ou não assistiu a série apenas correndo atrás mesmo.


CURIOSIDADES:

O autor Eça de Queiroz

Eça de Queiroz foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XIX, nascido em 25 de novembro de 1845, na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal, e falecido em 16 de agosto de 1900, em Paris, França.

Eça de Queiroz é considerado um dos principais representantes do Realismo em Portugal, um movimento literário que valorizava a descrição objetiva da realidade, a crítica social e a análise psicológica dos personagens. Seus romances retratam a vida da sociedade portuguesa da época, revelando suas contradições, hipocrisias e desigualdades sociais.

Eça de Queiroz

Dentre suas obras mais conhecidas, destacam-se "O Crime do Padre Amaro" (1875), "O Primo Basílio" (1878), "Os Maias" (1888) e "A Cidade e as Serras" (1901). Em suas obras, Eça de Queiroz explorou temas como o adultério, a religião, a corrupção política, a crise de valores e a decadência da aristocracia portuguesa.

livro O Crime do Padre Amaro

Livro O Primo Basílio

Livro A Cidade e as Serras

Além de escritor, Eça de Queiroz também atuou como diplomata, tendo trabalhado em várias embaixadas portuguesas na Europa. Seu estilo de escrita, marcado pela ironia, pelo humor e pela crítica social, influenciou muitos escritores portugueses e brasileiros, tornando-o um dos mais importantes escritores de língua portuguesa de todos os tempos.


Vocês sabiam?

O livro   ''A Comédia Humana'' de Honoré de Balzac que serviu de inspiração para os ''Os Maias '' contem 17 volumes contabilizando mais de 10.600 páginas e mais de 2.500 personagens e demorou 20 anos para ser inscrito.

A monumental obra A Comédia Humana de Honoré de Balzac


A MINISSÉRIE

A minissérie "Os Maias" é uma adaptação televisiva da obra literária homônima do escritor português Eça de Queiroz, produzida pela Rede Globo de televisão e exibida em 2001. 

A minissérie é narrada por ninguém menos que a lenda Raul Cortez. Conseguem imaginar o impacto que sua voz poderosa trás  as imagens?

Raul Cortez

A produção teve um orçamento de cerca de R$ 15 milhões, o que a tornou uma das produções mais caras da televisão brasileira na época.

Para criar uma atmosfera autêntica do final do século XIX, a equipe de produção construiu um cenário completo do Largo do Rato, em Lisboa, onde a história se passa.

Largo do Rato Lisboa


A trilha sonora da minissérie Os Maias contou com a gravação especial de uma peça sinfônica inédita, feita pelo maestro John Neschling como regente de uma orquestra de 90 integrantes.

Maestro John Neschling

A minissérie foi gravada em locações históricas de Portugal, incluindo o Palácio de Queluz, a Estação de São Bento e o Mosteiro dos Jerónimos, o Vale do Douro, ao norte do país, a estação de trem de Vargelas, a cidade de Sintra e a vila de Monção, quase na fronteira com a Espanha. A tradicional casa dos Maias, conhecida como o Ramalhete, teve como fachada um antigo casarão abandonado em Lisboa, de 1788, de propriedade particular.

No Rio de Janeiro, o Theatro Municipal, o Palácio do Catete, a antiga Casa da Moeda, no centro da cidade (locação do fictício cortiço da trama), Museu do Açude, a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói e o Museu da Cidade, todos com caracterização de época, serviram de locação para algumas cenas.

Alguns críticos literários e fãs da obra de Eça de Queiroz elogiaram a minissérie pela sua fidelidade à obra original, enquanto outros a criticaram por ter feito cortes significativos na história e por ter suavizado alguns dos aspectos mais sombrios do livro.

"Os Maias" foi indicada a diversos prêmios, incluindo o Emmy Internacional de Melhor Minissérie em 2002, mas não chegou a vencer em nenhuma categoria.

Além disso, a produção contou com um elenco de peso, incluindo Fábio Assunção no papel de Carlos da Maia e Ana Paula Arósio como Maria Eduarda.


Ana Paula Arósio(Maria Eduarda) e Fabio Assunção (Carlos da Maia)


Selton Melo
(João da Ega melhor amigo de Carlos da Maia)


Walmor Chagas
(Afonso da Maia  o patriarca pai de Pedro da Maia e avô de Carlos da Maia)

Leonardo Vieira (Pedro da Maia filho único de Afonso da Maia e pai de Carlos da maia)
Simone Spaladore( Maria Monforte na primeira fase e grande paixão de Pedro)


Stenio Garcia
( Manuel Monforte ,pai de Maria Monforte)


Paulo Betti
(Joaquim Alvarez de Castro Gomes ,marido de Maria Eduarda e antagonista de Carlos da Maia)


Isabelle Drummmond
(Rosa,filha de Maria Eduarda)


Otávio Muller
(Damaso Salcede,tem Carlos como ídolo e tentara imita-lo em tudo)

Ilya São Paulo
 (Vitorino Gruges,amigo de Carlos e frequenta o mesmo circulo social aristocrata de Lisboa)

Osmar Prado
 (Tomas de Alencar,poeta  era amigo de Pedro da Maia e mais tarde de Carlos por quem tem um carinho paternal)
Leonardo Medeiros
(Taveira, também frequenta o mesmo circulo de amizade de Carlos o mais fútil dos amigos de Carlos)

Eliane Giardini e Otavio Augusto
(Condessa e Conde de Gouvarinho)

Cécil Thiré
 (Jacob Cohen,amigo de Carlos, porem não frequenta a mesmo circulo de amizades de Carlos)

Maria Luisa Mendonça
( Raquel Cohen,esposa de Jacob Cohen e a grande paixão de João da Ega )


Rodrigo Penna (Artur Corvelo)


Felipe Martins
( Eusebiozinho, amigo de infância de Carlos da Maia)

Matheus Nachtergaele
(Teodorico ,orfão farrista, gosta de bebedeiras e todos os vícios )


Eva Wilma
(Maria da Cunha,amiga de Afonso da Maia e pode ter sido amante de Afonso quando jovens)

Sérgio Viotti
(Padre Vasquez,responsavel pela educçao de Pedro da Maia)

Ewerton de Castro
 ( Manuel Vilaça, procurador e administrador da família Maia)
 
Jose Lewgoi
( Abade Custódio, não se conforme com a educação inglesa do jovem Carlos e tanta a todo custo trazer ele e seu avô para as tradições cristãs portuguesas )


Antônio Calonni
(Palma Cavalão,Pertence à roda de amigos de Eusebiozinho e Teodorico. Apesar do aspecto bruto, ordinário e quase repulsivo




E muitos outros atores e atrizes...